Durante entrevista para a rádio 104.3 MyFM, em março deste ano, ao ser questionada em relação a planos para ter filhos, Lady Gaga respondeu:

“Eu preciso consertar algumas coisas no mundo antes de trazer a minha menininha a ele. Eu só quero ter certeza de que eu fiz tudo o que pude antes de ter um filho, saber que eu tentei colocar o máximo de coisas boas possíveis no mundo para que ela possa se orgulhar de mim, ou para que meu filho possa se orgulhar de mim.”

De início, essa resposta me pegou de surpresa, entretanto, depois de alguns minutos, percebemos que esse tipo de resposta é, com certeza, algo que Gaga falaria. Quem a acompanha, desde o começo ou não, sabe que ela sempre usou seu poder para tentar fazer diferenças, não só para seus fãs, mas para a sociedade em geral.

Uma das coisas que mais me agradam sobre a mother monster é que ela alia seus discursos à prática, ou seja, não são apenas palavras bonitas ditas apenas para “ganhar pontos” e que, no final, acabam se tornando vazias. Gaga quer,sim, mudar o mundo e a mesma não deixa isso só na teoria, ela realmente faz alguma coisa sobre isso - pode ser uma ação grande ou pequena, ela está lá, tentando fazer a diferença que tanto almeja.

Podemos nos lembrar, por exemplo, de seu imenso apoio à comunidade LGBTTT, da abordagem de assuntos sérios como bullying, depressão, ansiedade, machismo e etc; da criação da Born This Way Foundation e, mais recentemente, do seu imenso impacto na discussão sobre estupros em universidades, além de parcerias com empresas para arrecadar fundos em prol de pesquisas direcionadas ao bem-estar físico, emocional e mental e para inspirar o empoderamento e aceitação dos jovens. Essas são apenas algumas das muitas ações de cunho social nas quais Lady Gaga está envolvida.

Ainda assim, ainda há muito a se fazer para que o mundo seja melhor, como ela deixou entender durante a entrevista. Gaga impõe a si o dever de fazer tudo ao seu alcance para trazer coisas boas ao mundo, a fim de que seu futuro filho seja criado num lugar melhor e para que ele tenha orgulho da mãe.

Em parte, essa é uma concepção muito bonita e é importante que ela pense assim e que desenvolva suas ações em busca do seu objetivo de vida. Acredito, sim, que nossas ações individuais fazem diferença, mesmo sendo pequenas. Através delas nós podemos inspirar as pessoas a nossa volta a fazerem o mesmo, e nesse momento nossa pequena ação torna-se grande.

No entanto, esse pensamento tende a parecer um pouco utópico para algumas pessoas, como podemos perceber na resposta dada pelo entrevistador depois que a cantora expôs seu argumento sobre não ter filhos no momento. O mesmo diz que ela terá que trabalhar por um tempo e depois acrescenta:

“[...] Eu sei que você quer que o mundo seja melhor. Mas se você apenas tentar fazer sua parte todos os dias, você pode trazer essa criança ao mundo. Você não precisa esperar o mundo ser uma utopia, pois nunca será uma utopia.”.

Não só o entrevistador, mas diversos cidadãos têm esse mesmo pensamento. Podemos dizer que é uma forma de pensar realista ou cética, entretanto, não se pode culpar as pessoas que raciocinam assim, dadas as circunstâncias atuais. Será mesmo que um dia podemos conseguir fazer todas as mudanças que queremos ver no mundo? A cada dia essa pergunta tende a ter uma resposta negativa, tendo em vista os inúmeros conflitos que presenciamos constantemente.

Logo após essa afirmação proferida pelo entrevistador, Gaga continuou firme na sua posição:

“[...] A verdade é que atualmente, do jeito que a mídia e as redes sociais funcionam, nós todos temos uma voz. E se nós apenas decidirmos usá-las de uma forma positiva e usar para o bem, eu acredito que o mundo pode melhorar. Não será perfeito, quero dizer, eu não sou uma pensadora utópica, sou uma sonhadora. E eu acredito que as pessoas têm o potencial de serem grandes e usarem suas posições para o bem.”.

O ponto que ela levantou sobre todos nós termos uma voz e que podemos usá-la para o bem é inegável, e aqui não me refiro somente aos grandes artistas e celebridades, mas a toda a população em geral. Logicamente, o impacto causado por um “cidadão comum” pode ser muito menor se comparado ao impacto causado por alguém mais influente, porém, nem por isso deixa de ser importante, pois, de qualquer modo, seremos os causadores de mudanças.

Depois de refletir sobre esses dois pontos de vista, agora é a vez de você, leitor, compartilhar sua opinião sobre o assunto. O mundo ainda pode se transformar em um lugar melhor para se viver? Comente!

Revisão Phill Emmanuel