Não podemos negar que a internet foi uma das melhores invenções da humanidade, sua utilidade é inegável. Por meio da internet podemos nos manter informados sobre todo o mundo a nossa volta, podemos nos conectar com pessoas à distância, dentre tantas outras coisas.

É por meio da internet que nós, fãs, podemos conhecer outras pessoas que compartilham dos nossos gostos, além de fazer com que estejamos mais próximos dos nossos artistas preferidos. As redes sociais são meios incríveis para que todos os fãs e seu artista preferido criem uma relação mais estreita.

Entretanto, a internet também carrega um lado não muito agradável. Nossa amada internet não está imune a pessoas ruins, que podem ser encontradas por toda parte, sem a necessidade de uma procura árdua. Infelizmente, não podemos nos livrar de pessoas maldosas no nosso meio social; no virtual, a situação é a mesma. Todos nós estamos suscetíveis aos males que o mundo virtual pode trazer.

Lady Gaga falou sobre esse assunto quando foi capa da revista Billboard junto com Elton John no ano passado (2015):

“Eles (os jovens) leem toda essa linguagem de extremo ódio na internet. A internet é um banheiro. É mesmo. Costumava ser uma fonte fantástica – ainda é, de certo modo – mas você tem que procurar por toda a merda para achar as coisas boas.”

São várias as razões para que a internet seja chamada de “banheiro”, como Lady Gaga comparou na entrevista citada acima. Algumas delas dizem respeito ao seu uso para disseminar o ódio entre as pessoas e para discriminar um indivíduo em específico. Essa é uma situação bem conhecida para aqueles que são fãs de algum artista e o acompanham pelas redes sociais, principalmente.

Para os que acompanham o mundo da cultura pop, essa não é uma situação rara de se ver. Todos os dias, várias pessoas disseminam ódio pelas redes sociais, na maioria das vezes, essas mensagens de ódio são dirigidas a um só artista em especial. Esses são os famosos haters, um termo criado e muito conhecido no mundo virtual para pessoas que, declaradamente, odeiam uma celebridade.

Nós, little monsters, conhecemos muito bem como as ações de um hater podem ser extremamente desagradáveis, já que Lady Gaga detêm um bom número destes, que sempre estão prontos para criticar sua pessoa e seu trabalho. Apesar de parecer que, no momento atual, Gaga seja amada pelo mundo inteiro, a mesma já foi muito atacada principalmente no começo de sua carreira e na era ARTPOP, que não foi tão bem sucedida.

Mas, nessa coluna, não quero apenas me ater aos discursos de ódio proferidos à Mother Monster. Diversas pessoas são atacadas todos os dias, como, por exemplo, cantoras que são consideradas “inimigas” da Lady Gaga e são atacadas por nossa fã base. Tendo isso em mente, preciso falar desse assunto como um todo, para os leitores começarem a refletir sobre e assim fazer o que nossa cantora favorita sempre aconselhou: espalhar amor e ser compreensivo.

Eu posso desafiar você, leitor, a entrar em qualquer página de um site sobre música pop e não encontrar, pelo menos em uma postagem, um comentário maldoso sobre algum artista. É praticamente impossível. Não sei se acontece apenas comigo, mas ao rolar os comentários e ver dezenas deles com afirmações negativas, me sinto muito desconfortável e triste. Para mim, é difícil entender como uma pessoa pode odiar tanto alguém que nem conhece, alguém que está apenas desempenhando seu trabalho, como qualquer mero mortal.

Nos dias de hoje, as pessoas estão precisando urgentemente entender a grande diferença existente entre crítica construtiva e meros comentários de repulsa. Sou extremamente crente de que as críticas construtivas são sempre bem-vindas, pois são avaliações com o intuito de ajudar na evolução de algo. Entretanto, o que se observa na rede são diversas mensagens recheadas de discriminação e ódio gratuito, feitas sem a mínima educação e sem o intuito de ajudar. São simplesmente para desprezar o trabalho de alguém ou a pessoa em si.

Muitas vezes, esses discursos são acompanhados da famosa oração “é minha opinião”, porém, devemos ser muito cuidadosos ao proferir uma “opinião”. Devemos ter em mente que, não é pelo fato de eu estar expressando uma opinião individual que eu posso ser mal-educado e preconceituoso. As palavras, quando são usadas para avaliação, devem ser usadas com muito cuidado.

Os internautas estão precisando demonstrar mais empatia para com as outras pessoas, estão precisando entender que seus gostos são diferentes dos gostos de outros, que sua opinião sobre algo não é uma verdade irrefutável para o resto da humanidade. Temos que manter em mente que estamos lidando com pessoas com objetivos e sonhos, assim como qualquer um de nós. Como seria se você recebesse todos os dias milhares de mensagens repulsivas sobre você e seu trabalho? Dá para imaginar que algo assim pode levar uma pessoa ao fundo do poço.

Outro ponto a ser levantado são as respostas aos haters por parte dos fãs que entram em defesa de seu ídolo. Obviamente, os fãs não concordam com as críticas levantadas e assim dá-se início a uma discussão acalorada entre os envolvidos. É importante dizer que, em muitas dessas brigas, o fã que entra em defesa usa também o ódio como retaliação. Penso que essa não é a forma mais adequada de defender alguém. O ódio não deve ser a resposta ao ódio, já que o ponto é fazer a pessoa perceber que está errada, e isso não acontece quando você age como ela.

Depois de tudo que foi citado, deixo essa coluna como um convite à reflexão sobre as atitudes que você toma quando está online. Devemos começar a demonstrar mais empatia e a aceitar os gostos das outras pessoas. A raiva não leva a lugar nenhum e já existe tanto disso na web. Comece a exercitar o poder da compreensão. Espalhem amor, não espalhem ódio.

Revisão por Fellipe Pepi